Homem-Formiga (2015)
Ant-Man (Peyton Reed - 2015)
Homem Formiga é um entre atos. Tanto que por alguns meses, a Marvel Studios atribuiu ao filme a alcunha de iniciar a Fase Três do estúdio. Porém como o próximo filme: Capitão América Guerra Civil seria um ponto de virada nas narrativas do estúdio, o marketing da Marvel determinou que esse filme encerrasse o arco 2 dos maiores heróis da terra. Portanto, a história de Scott Lang seria uma comédia entre os dois grandes atos de um espetáculo.
Há anos planejado por Edgar Wright, o diretor e roteirista acaba por se afastar da produção, pois o estúdio passou seguir a política de conectar e encaixar o filme dentro de seu Universo, enquanto que Edgar por anos costurava um roteiro do herói que seria mais autoral. Assim, por divergências de opiniões, Wright sai da direção do filme e quem assume é Peyton Reed.
O filme conta a história de Scott Lang, um ladrão que acaba de pegar condicional e de Hank Pym, um cientista que cria o uniforme do herói e as partículas pym que pode diminuir qualquer um de tamanho. Interessante o fato da Marvel abordar as duas versões do herói, criando um vinculo de mentor e aprendiz, para não perder a origem dos quadrinhos e nem deixar de lado a versão mais recorrente do herói.
O longa por mais que seja pautado no gênero de comédia, especialmente ao trazer comediantes como Paul Rudd no papel principal e Michael Peña, tem uma dramaticidade ao focar nas relações paternais entre Paul e sua filha e entre Hank Pym (interpretado por Michael Douglas) e Hope Van Dyne (interpretada por Evangeline Lilly).
A trama é classificada como um filme de assalto, nos trazendo semelhanças à clássicos do gênero como Onze Homens e um Segredo. Infelizmente, o deslize do longa acaba sendo o vilão Jaqueta Amarela, interpretado por Corey Stoll. Não somos convencidos da ameaça do vilão e como Hank Pym não consegue ter controle sob a própria empresa. Por mais que as desavenças com sua filha tenham causado essa cisão dentro do núcleo empresarial, à partir do momento que Hope está do lado de Hank (e isso acontece desde o começo do filme), tudo está resolvido. Aqui que o roteiro se perde e cria uma ameaça que não é palpável.
Destaque para os efeitos especiais. Não gosto muito de ressaltar essa parte técnica, pois atualmente, já se tornou tão natural nos filmes que não nos surpreendemos mais. Porém as cenas de ação onde envolve a mudança de tamanho de Scott e sua interação com insetos é tão bem utilizado e cria uma estética nova que se diferencia das outras obras do universo Marvel e das adaptação de quadrinhos. É muito bom ver poderes de heróis diferentes retratados na tela, afinal, quando criança, o espetacular (apesar desse adjetivo ser de outro homem inseto) era ver cada poder diferente que existia entre os heróis e passar horas brincando e explorando cada um deles. Homem Formiga pode ter sido delegado para encerrar o ciclo 2, mas é um filme que inaugura essa nova safra que vamos ter dentro da Marvel da gênese de filmes mais autorais e com heróis mais lúdicos e “coloridos”, deixando de lado a onda dos anos 2000 de heróis com uniformes táticos e nos entregando cada vez àquilo que vimos nos quadrinhos: a fantasia.
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