Doutor Estranho (2016)

Doctor Strange (Scott Derrickson - 2016)


Um filme solo do Doutor Estranho poderia ser um grande risco para a empresa, mas foi Guardiões da Galáxia que abriu as portas para esse e outros filmes de heróis que não são conhecidos do grande público. Além do mais, a Marvel Studios e sua fórmula transformaram esses heróis de nicho em filmes que atraíssem a atenção do quadrante do público hollywoodiano: adultos, crianças, homens e mulheres.

Para se empreitar no filme sobre o Dr. Stephen Strange, foi escalado o excêntrico Benedict Cumberbatch. O ator inglês era conhecido pela série Sherlock da BBC e foi destaque em 2014 com sua indicação para o Oscar de melhor ator em O Jogo da Imitação. Desde então, os fãs fizeram campanhas para que ele fosse escalado para o papel e reajuste na agenda de filmagens do longa proporcionaram a contratação do ator. 

Benedict se junta ao panteão dos atores da Marvel e assim como Robert Downey Jr e seu Tony Stark, Benedict parece que nasceu para o papel do Dr. Strange, tamanha a encarnação e sintonia com o personagem. Enquanto isso, outra polêmica foi mudar a origem do Ancião. A escalação da atriz Tilda Swinton para o papel que apesar de ser uma iniciativa do estúdio de trazer mais personagens femininas para seu universo, acabou sofrendo acusação de “whitewashing”, que é quando um ator branco é escalado para um personagem de origem estrangeira  (especialmente de origem oriental). 

O filme constrói bem seu roteiro que acaba sendo conduzido pelo protagonista. Cumberbatch toma para si o fardo de levar todo o longa, ofuscando os demais atores. Quem acaba perdendo é o ator Mads Mikkelsen como o vilão Kaecilius que acaba sendo mal aproveitado, seu plot é muito corrido e simples e por fim ele é ofuscado por Benedict.

Um ponto alto do roteiro é a trama da Joia do Tempo. A Marvel soube aproveitar ao unir a origem do olho de agamoto com a Joia do Infinito, sendo uma maneira de conectar à grande trama da Guerra Infinita sem fugir da temática do filme e da origem do herói. Os efeitos especiais disparam como sendo um dos melhores do estúdio, com destaque em dois momentos: a viagem pelos multiversos, quando a Anciã transporta para Strange todas as realidades paralelas que existem. O segundo momento é o terceiro ato, onde Kaecilius tenta destruir o Sanctum de Hong-Kong, então Strange se transporta para encontrar o grande vilão Dormammu e utiliza a Joia do Tempo para reviver o mesmo momento várias vezes para barganhar com o vilão. A cena da paralisação e regressão do tempo em Hong Kong, mostrando o total poder da Joia e também exibe toda a maestria da Marvel Studios com os efeitos especiais.

Doutor Estranho é um filme para entreter e sem a pretensão de fazer o maior filme de super-herói de todos os tempos. Esse fator mostra que a Marvel Studios nessa Fase 3 está ciente do seu papel dentro da indústria e que a intenção dela é manter um padrão de qualidade que garanta retorno para os próximos filmes. Sem riscos, com sucesso.


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