Thor: O Mundo Sombrio (2013)

Thor: The Dark World (Alan Taylor - 2013)

 

Uma das vantagens de rever esses filmes após uma década é olhar eles em retrocesso. Hoje louvamos e agradecemos o advento do filme Thor: O Mundo Sombrio, pois justamente essa bomba que fez com que o personagem fosse reavaliado e tivéssemos o que vimos em Vingadores: Guerra Infinita.

O diretor escolhido foi Alan Taylor, uma surpresa pois uma pesquisa rápida no IMDB revela que ele é um diretor de séries, entre elas Sex and the City, Lost, Mad Man, West Wing, The Sopranos, Boardwalk Empire. Porém na época, seu trabalho de destaque e que chamou a atenção da mídia e da Marvel foi os últimos episódios da primeira temporada de Game of Thrones. Um belíssimo trabalho que transpôs os momentos finais do primeiro livro para as telas.

O desafio de Alan foi superar uma das maiores críticas ao primeiro Thor: Asgard. Um dos principais elementos do primeiro filme não funcionou nas telas, então o trabalho com a série medieval fez com que Taylor se preocupasse em refinar o mundo nórdico.

Infelizmente, Thor: O Mundo Sombrio sofre com os mesmos problemas de Homem de Ferro 3, um filme feito às pressas para aproveitar o sucesso de Os Vingadores, um elenco fora de sintonia, um vilão nada marcante e ser obrigado a ligar o roteiro do filme à mega saga que a Marvel Studios construía sobre as joias do infinito. A joia da vez que aparece é a joia da Realidade que surge da forma do Éter.

A preocupação em conectar tudo no Universo Marvel tira a qualidade de filmes que até então eram muito bem trabalhados. Além da atuação medíocre de Natalie Portman que só aceitou retornar à franquia após o anuncio de Paty Jenkins (diretora de Mulher Maravilha) na direção, porém Jenkins se afastou do projeto e Natalie já tinha assinado o contrato para interpretar Jane Foster mais uma vez.

Foster é transformada no McGuffin do roteiro, pois o Éter toma o corpo dela. Então a personagem é arrastada para Asgard onde entra no drama familiar da realeza nórdica. Porém diferente do primeiro filme onde ocorria um equilíbrio entre os núcleos da terra e mitológico, aqui os tons se misturam e não de uma forma boa. Após meia hora de longa, já se percebe que o filme está arrastado e tedioso.

As cenas de ações são o ponto forte e compensa o despreparo com os personagens. Especialmente o terceiro ato onde Jane e o professor Erik criam um equipamento para utilizar os portais, dando uma agilidade e interação para a batalha final. Em contra partida, as atuações de Tom Hiddleston como Loki e Anthony Hopkins como Odin se enfraquecem nesse roteiro verborrágico e com frases de efeito, mas que não levam a história a nada. A morte de Loki é tão esquecível que quando ele reaparece na cena final, ao invés de um ponto de virada surpreendente, nós sentimos um alívio do personagem não ter sido descartado à toda.

A melhor cena do filme é a cena pós-créditos, onde os Asgardianos levam o Éter para o Colecionador, interpretado por Benício Del Toro e que será melhor explorado em Guardiões da Galáxia.

2013 não foi um bom ano para a Marvel Studios. Apesar das bilheterias, a qualidade dos filmes Homem de Ferro 3 e Thor: O Mundo Sombrio cai muito na pressa de fazer filmes conectados e que aproveitem o sucesso de Vingadores, isso faz com que Kevin Feige e o estúdio replaneje seus próximos passos e refinem seu trabalho para os filmes seguintes.


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