Homem de Ferro 3 (2013)

Iron Man 3 (Shane Black - 2013)

 
Depois da bonança, vem a tempestade (e não é a Tempestade do X-Men que estou falando).

Os filmes da Fase Um da Marvel é marcado pelas assinaturas de seus diretores. Jon Favreau traz humor, improviso e rock’n roll nos dois Homem de Ferro que ele dirigiu. Joe Jhonston, especialista em efeitos especiais, é incumbido de recriar uma Nova York retro, tornar Steve Rogers um homem franzino e doente antes de se transformar e criar o visual do Caveira Vermelha, tudo isso em Capitão América. Kenneth Branagh traz dramaticidade da sua experiência com textos de Shakespeare para recriar a mitologia nórdica em Thor. Por útlimo, Joss Whedon, criador da série Buffy e Firefly, usa seu talento para criar uma narrativa com vários personagens onde cada um tem destaque.

É esse o maior defeito de Homem de Ferro 3, um filme sem personalidade, feito à toque de caixa para render bilheteria após o êxito do filme dos Vingadores. O diretor Shane Black é renomado por principalmente dirigir vários dos principais filmes de ação dos anos 90: a franquia Máquina Mortífera, O Último Grande Herói, Robocop 3, entre outros. Porém, ao invés de termos um filme que poderia ser do gênero policial (trabalhando Tony Stark em dupla com outro herói ou até mesmo com seu amigo James Rhodes), temos um filme que foca no trauma do protagonista após a Batalha de Nova York.

Fica claro que nesse filme a Marvel Studios comete seu primeiro grande erro que é simulado hoje com insistência pela DC Comics: deixar a autoria do diretor de lado para se preocupar com a conexão dos pontos do Universo Compartilhado da Marvel. Não neguemos que realmente esse foi um dos grandes trunfos do sucesso dos Vingadores e do grande plano do estúdio, mas Homem de Ferro 3 erra ao se preocupar somente com os laços e conexões e acabamos perdendo muito como espectadores e fãs.

A maior ousadia do filme é trocar o vilão Mandarim que é um dos principais antagonistas do herói dos quadrinhos. Decisão que desagradou muito os fãs e desperdiçou a atuação de Ben Kingsley. Robert Downey Jr. se esforça e consegue entregar todo o drama necessário ao personagem e que realmente vai ditar o tom para sua jornada até o próximo Vingadores e que culminará no mais recente filme, Guerra Infinita. Só que como filme único ou desfecho de uma trilogia, o roteiro não se sustenta sozinho.

O sucesso de bilheteria somente é atingido por ter vindo na esteira dos Vingadores anterior, mas a pressa do estúdio em entregar uma continuação acaba tirando a qualidade do longa e desperdiça todo o elenco em cena. É a maior derrapada nos dez anos de Marvel Studios e uma lição que serve para ser aprendido para aprimorar todo o canôn do MCU.

Ps.: Na minha Maratona de filmes da Marvel, HdF3 foi o único filme que eu desisti de reassistir no meio do caminho. Após o herói salvar o presidente dos EUA eu simplesmente avancei o filme até o fim, revi o final horrível que vai ser completamente ignorado pelos próximos filmes e desliguei a TV.


Ps 2.: A música de abertura do longa, Blue (Da Ba Dee), que é debutado durante a virada do milênio é um grito de esperança do filme que poderíamos ter tido se Shane Black entregasse um longa que poderia tributar os anos 90. Não é isso que acontece. Mas para mim é a coisa mais legal do filme.

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