O Incrível Hulk (2008)
The Incredible Hulk (Louis Leterrier – 2008)
Minhas lembranças do Hulk me levam à um personagem melancólico. Me recordo dos filmes dele que passavam no Cinema em Casa no SBT e eu assistindo com meu pai. Sempre com uma aura de tristeza e aquela trilha sonora que marcava a tragédia que era a vida de Bruce Banner. Desse modo, eu nunca consegui ver o Hulk como um super-herói.
Em 2003 após X-Men e Homem-Aranha, o próximo grande herói a estrear nos cinemas foi o filme do Ang Lee sobre o Gigante Esmeralda. Mas novamente, essa abordagem triste e desesperadora não me agradou. O filme de Lee não era sobre super herói e portanto o Guilherme de onze anos de idade não gostou do filme. Em 2011, numa maratona Marvel (parecida com a que faço hoje, mas com todos os filmes que a editora lançou até então), reassisti ao Hulk de Ang Lee e dessa vez gostei do filme, entendi o porque não ter tido empatia com o filme antes. Lee é um diretor artístico e você precisa ter uma bagagem emocional para entender os conflitos e poder criar uma conexão com o “herói”.
Eis que estou aqui com o Incrível Hulk de 2008 e vejo um filme que tenta ser um filme de super-herói, mas se perde tentando se assemelhar com o filme do Ang Lee e não é nem um e nem outro.
O HULK DA VEZ: EDWARD NORTON
O rapaz com nome de anti-vírus, Edward Norton, assume o papel de Bruce Banner. Porém, a Marvel queria uma abordagem mais heroica e divertida, assim como o filme Homem de Ferro que estreou alguns meses antes. Norton em seu contrato, podia alterar o roteiro e assim, ele mudava constantemente o tom do roteiro para fazer aquele Banner melancólico que o cinema sempre abordou.
Norton não compreendeu que não era isso que o público precisava. Abordagens trágicas do Hulk já eram feitas à décadas. Até agora o Hulk como super-herói não tinha ido para as telas. Esse conflito faz com que o filme seja arrastado e com uma sensação de criação de cenas para forçar uma emoção. Um exemplo é o reencontro de Bruce com a Betty Ross. Primeiro ele a vê na faculdade ao longe, ele vai se aproximar e descobre que ela está com outro professor, ele faz uma cara de dó e sai de cena. Na próxima cena, Bruce entra numa pizzaria pela cozinha e ao entrar no salão, dá de cara com a Betty e sai correndo, ela corre atrás dele que se esconde atrás de uma lixeira num beco. Em seguida, Bruce vai embora desolado durante a chuva e Betty por acaso para o carro ao longe, ele olha para trás e ela encontra-o e eles se beijam. Três cenas grudadas, num intervalo de quatro minutos, para ser resolvido numa cena muito anticlimática (ela adivinha que o homem que anda no meio da chuva é Banner, sem ao menos ver o rosto dele).
O monstro verde também não convence muito. Tanto o Hulk de Éric Bana (do filme do Ang Lee), quanto o próximo do Mark Ruffalo (do filme dos Vingadores), tem seus rostos semelhantes ao dos atores, te convencendo que Bruce e Hulk se tratam da mesma pessoa. O verdão desse filme não se assemelha com Norton. Além do Abominável, vilão do filme interpretado por Tim Roth. É interessante o contexto do soro do super-soldado, já adiantando a trama de Capitão América, porém o antagonista é derrotado numa luta final onde o Hulk só segura o pescoço dele com uma corrente e fica sem resolução, não sabemos se ele volta ao normal, se ele morre ou é preso.
Destaque para General Ross interpretado por William Hurt e é o ator que mais se destaca no filme. Apesar de Norton ser um dos melhores atores da geração dos anos 1990, mas lembrando que Norton se perde como Banner, enquanto Hurt consegue fazer um General com toda a postura e ego que o personagem necessita.
Liv Tyler faz a mocinha Betty Ross, que é razoável, apesar das limitações de Liv como atriz (eu gosto muito de Liv por causa da memória afetiva dos filmes Armageddon e Senhor dos Anéis).
O que salva o filme é o primeiro ato que se passa na Favela da Rocinha no Rio de Janeiro. Ela tem uma ótima edição, a trilha sonora tem elementos de pandeiro e tamborins (para remeter ao Samba brasileiro). A direção de arte recria muito bem elementos do país e o fato de filmar na favela obviamente traz mais realismo à cena do que se fosse recriado em estúdio. A fotografia desse primeiro ato, sempre permeando tudo de verde, te coloca dentro do filme do Hulk.
Ao fim a sensação que tive é ter assistido à dois filmes. Um filme ótimo e com grande potencial no primeiro ato e um filme genérico de super-herói no segundo e terceiro atos.
Em 2003 após X-Men e Homem-Aranha, o próximo grande herói a estrear nos cinemas foi o filme do Ang Lee sobre o Gigante Esmeralda. Mas novamente, essa abordagem triste e desesperadora não me agradou. O filme de Lee não era sobre super herói e portanto o Guilherme de onze anos de idade não gostou do filme. Em 2011, numa maratona Marvel (parecida com a que faço hoje, mas com todos os filmes que a editora lançou até então), reassisti ao Hulk de Ang Lee e dessa vez gostei do filme, entendi o porque não ter tido empatia com o filme antes. Lee é um diretor artístico e você precisa ter uma bagagem emocional para entender os conflitos e poder criar uma conexão com o “herói”.
Eis que estou aqui com o Incrível Hulk de 2008 e vejo um filme que tenta ser um filme de super-herói, mas se perde tentando se assemelhar com o filme do Ang Lee e não é nem um e nem outro.
O HULK DA VEZ: EDWARD NORTON
O rapaz com nome de anti-vírus, Edward Norton, assume o papel de Bruce Banner. Porém, a Marvel queria uma abordagem mais heroica e divertida, assim como o filme Homem de Ferro que estreou alguns meses antes. Norton em seu contrato, podia alterar o roteiro e assim, ele mudava constantemente o tom do roteiro para fazer aquele Banner melancólico que o cinema sempre abordou.
Norton não compreendeu que não era isso que o público precisava. Abordagens trágicas do Hulk já eram feitas à décadas. Até agora o Hulk como super-herói não tinha ido para as telas. Esse conflito faz com que o filme seja arrastado e com uma sensação de criação de cenas para forçar uma emoção. Um exemplo é o reencontro de Bruce com a Betty Ross. Primeiro ele a vê na faculdade ao longe, ele vai se aproximar e descobre que ela está com outro professor, ele faz uma cara de dó e sai de cena. Na próxima cena, Bruce entra numa pizzaria pela cozinha e ao entrar no salão, dá de cara com a Betty e sai correndo, ela corre atrás dele que se esconde atrás de uma lixeira num beco. Em seguida, Bruce vai embora desolado durante a chuva e Betty por acaso para o carro ao longe, ele olha para trás e ela encontra-o e eles se beijam. Três cenas grudadas, num intervalo de quatro minutos, para ser resolvido numa cena muito anticlimática (ela adivinha que o homem que anda no meio da chuva é Banner, sem ao menos ver o rosto dele).
O monstro verde também não convence muito. Tanto o Hulk de Éric Bana (do filme do Ang Lee), quanto o próximo do Mark Ruffalo (do filme dos Vingadores), tem seus rostos semelhantes ao dos atores, te convencendo que Bruce e Hulk se tratam da mesma pessoa. O verdão desse filme não se assemelha com Norton. Além do Abominável, vilão do filme interpretado por Tim Roth. É interessante o contexto do soro do super-soldado, já adiantando a trama de Capitão América, porém o antagonista é derrotado numa luta final onde o Hulk só segura o pescoço dele com uma corrente e fica sem resolução, não sabemos se ele volta ao normal, se ele morre ou é preso.
Destaque para General Ross interpretado por William Hurt e é o ator que mais se destaca no filme. Apesar de Norton ser um dos melhores atores da geração dos anos 1990, mas lembrando que Norton se perde como Banner, enquanto Hurt consegue fazer um General com toda a postura e ego que o personagem necessita.
Liv Tyler faz a mocinha Betty Ross, que é razoável, apesar das limitações de Liv como atriz (eu gosto muito de Liv por causa da memória afetiva dos filmes Armageddon e Senhor dos Anéis).
O que salva o filme é o primeiro ato que se passa na Favela da Rocinha no Rio de Janeiro. Ela tem uma ótima edição, a trilha sonora tem elementos de pandeiro e tamborins (para remeter ao Samba brasileiro). A direção de arte recria muito bem elementos do país e o fato de filmar na favela obviamente traz mais realismo à cena do que se fosse recriado em estúdio. A fotografia desse primeiro ato, sempre permeando tudo de verde, te coloca dentro do filme do Hulk.
Ao fim a sensação que tive é ter assistido à dois filmes. Um filme ótimo e com grande potencial no primeiro ato e um filme genérico de super-herói no segundo e terceiro atos.
Comentários
Postar um comentário