A Chuva que Choveu
Estou
redescobrindo os prazeres de manter uma escrita diária. Ontem iniciei outro
texto, mas o processo dele está meio lento, afinal, estou construindo o
pensamento que norteará... Chega de blablabla, está difícil terminar aquele
texto e ponto. Até explicar o porque estou enrolando para terminar aquela
postagem é difícil. Mas vamos para o parágrafo dois.
Porém
insights surgem e ontem eu refleti sobre várias situações do último mês. Assim
nasceu essa postagem de hoje. Mas tenho que contextualizá-los.
Sábado eu
conversei com um amigo que enfrenta dificuldades na pastoral que ele participa.
Ele está sofrendo uma represália lá por dois motivos: primeiro é não aceitar o
privilegio de alguns dentro do movimento e segundo é expor sua opinião de que
isso não está certo. Porém, mesmo sabendo disso, ao invés de buscarem solução,
os líderes querem esconder o assunto e ele agora é alvo de indiretas pelos privilegiados.
Afinal, eles se consideram melhores por N
motivos e se sentem no mérito de exercer a função deles.
Em
seguida, também me deparei com outra questão semelhante. Reconhecer os feitos
de uma pessoa porque afinal “ele merece”.
Esforço/Acomodação
Vamos ao
texto em formato GT’s 10/10
>Ana
Paula é convidada para o lançamento de um curta que o Guilherme fez (sim Ana
Paula, vou usar você de exemplo).
>Ana
Paula vai no lançamento
Fim
>Giovane
é convidado para o lançamento de um curta que o Guilherme fez (sim vou usar o
Giovane também)
>Giovane
não pode ir
>Giovane
avisa o Guilherme
>Giovane
é uma pessoa incrível, pois ele não foi e pediu desculpas por não ter ido.
>Parabéns
Giovane, você venceu na vida.
Fim
Vou chegar
ao meu foco (Não é indireta. Não questiono o porquês. Tentei ser o mais literal
possível. Sem interpretações, entrelinhas ou mensagens ocultas, por favor, não
é minha intenção nesse texto). Eu aprendi há muito tempo que o reconhecimento vem através do esforço e não do comodismo.
Em 2013
fiz meu TCC na faculdade. Sou sincero, ele não foi bom, simplesmente pelo
comodismo. Não jogarei culpa em pessoas ou situações. Reconheço (olha essa palavra
de novo) que tirei uma nota média no trabalho porque fui cômodo na parte
prática. Mas o esforço para que tudo desse certo e projeto fosse concluído foi
reconhecido e uma professora apresentou esse esforço para os avaliadores que
reconsideraram a nota e eu passei.
Uma amiga
inconformada (e com todo o direito) desabafou sua insatisfação no facebook, pois
ela acompanhou tudo e ficou triste pela nota média que eu e meu amigo tiramos.
Eis que surge ela, a TOP3 das melhores professoras que tive na minha vida,
Fernanda Cobo, que mesmo num comentário no facebook, ela deu uma aula que eu
trago comigo até hoje. Tirei print disso e reproduzo para vocês o que ela
disse:
“...o que
falta à sua geração é a maturidade para aprender a ouvir não, a ouvir críticas,
a compreender que ninguém é o centro do universo e que para ser reconhecido
como bom não basta ter nascido, é preciso fazer algo bom. Esse algo bom vem com
muita dedicação e trabalho e nem isso é garantia de um trabalho bom, muitos
imprevistos podem acontecer. [...] Os professores avaliam seus estudantes por
aquilo que eles produzem e isso não se diz respeito à afinidade, isso é obvio.
Mas para os pertencentes à geração mimimi, que não assumem a responsabilidade
de suas ações, não é tão óbvio assim, logo se eles não concluem algo ou não
fazem um trabalho bom, a culpa é do professor, do trabalho, do tempo que
faltou, dos pais, dos amigos que não apoiaram e da "chuva que
choveu". Porém, quando eles vão bem (e fazem algo que era obrigação deles
fazerem) é porque são gênios visionários.” COBO, Fernanda.
Exato. "Fulano merece". Mas merece porque?
O segundo
filho da parábola do filho pródigo questiona o porquê dele não ser reconhecido,
afinal ele trabalha todo dia e nunca deixou a casa. Usando o português claro:
ele não fez mais do que a obrigação. O filho pródigo, após se perder no mundo,
comer o resto dos porcos, não ter mais nada, ele volta para a casa. Voltar para a casa é
extraordinário, um prodígio, por isso ele é reconhecido.
Cheguei
num problema aqui nesse parágrafo, o que eu escrever, da forma que eu escrever,
se torna indiretas. Não vou fazer isso. Vou fazer que nem o Pe. Ricardo faz em
suas homilias, deixo o assunto em aberto e que vocês pensem agora sobre o que
falei.
“Lide com isso” (RECADO, Marcelo da).
Ps.: Citei
três pessoas que me ajudaram a abrir muito meus olhos nessa caminhada e sinto
que devo apresentar elas para vocês.
Fernanda Cristina
Cobo, coordenadora do curso de Cinema da CEUNSP e professora de História do
Cinema. Aprendi muito nas aulas dela que
interligava os filmes com a história do mundo e também com a atualidade. Também
com o ser humano, porque não? Nunca mais assisti à “Os três porquinhos” da
Disney da mesma forma depois da aula introdutória de História do Cinema I.
Padre
Ricardo de Oliveira, pároco da Santa Cruz de Tatuí, diretor espiritual do
Emaús. Meu orientador espiritual que tem um método muito acadêmico de fazer
suas homilias na missa. Ele nunca dá respostas, ele levanta as questões e deixa
a gente pensar na solução. Enrolado por natureza. Marque um compromisso com ele
e você precisará relembra-lo diariamente sobre isso.
Marcelo
Barros. Missionário da Comunidade Recado. Recentemente tive uma formação de
liderança com ele junto dos demais coordenadores jovens de Tatuí. Após as
grandes verdades que ele nos falou, ele encerrava cada sentença com um “lide
com isso”. Aumentando ainda mais a responsabilidade nossa de arcar com o sim que
a gente diz para Deus.
Aqueles
que não concordarem, foi mal, é que choveu.
Comentários
Postar um comentário