Dez Anos e não Dez Dias

Fazer uma mensagem retrospectiva com tudo o que eu vivi no grupo JEANS seria fácil. Mas não é disso que eu queria falar. Hoje eu me dedico à evolução que eu tive nesse período. Lembrando de quem eu era e quem sou hoje.

Era 2008, eu estava no segundo ano do ensino médio. Após a vida inteira estudar no período da tarde, a escola Deócles jogou todas turmas do “colegial” para o período de manhã. Minha sala não se dava bem com o outro segundo ano, eram muitas brigas devidos a cultura de cada turma. A sala do período de manhã era mais calma, com alunos centrados e traçando um caminho até o vestibular (era isso que as aparências diziam pelo menos). Enquanto minha turma que sempre foi do período da tarde, era a turma B, com os alunos dedicados à zoeira ou a não fazer nada. Uma sala de aula temida por muitos professores, porém foi domada por duas figuras que eu considero como minhas mestres até hoje: a professora de história Marisete e a professora de biologia Dani.

A administração da escola era cada vez mais opressora, não podíamos usar as salas de multimídia ou informática. No intervalo, para que não houvesse contato com a escola vizinha, éramos obrigados e ficar trancados no páteo durante o intervalo. Não tínhamos voz ativa na escola, a obrigação do grêmio era somente colocar música no intervalo e campeonato intersalas era só após implorar muito para os professores de educação física.

No meio de todo esse rolo estava eu, um nerd no meio ao Caos que era aquela sala. Eu poderia me sentir reprimido por isso ou vítima de bullying, mas eu amava estar naquele meio. Preocupados com meus estudos, a coordenação e a direção da escola naquele ano por quatro vezes me chamaram para conversar pedindo que eu mudasse para a outra sala. Era a melhor pior sala da escola.

Agora vem a parte polemica (a pessoa saberá que estou falando dela kkkk). Um dos meus melhores amigos começou a ficar com uma menina da outra sala, foi um verdadeiro Romeu e Julieta (engraçado que era um Romeu que não tinha nada de Romeu e uma Julieta que definitivamente não tinha nada de Julieta). Por causa disso, nos aproximamos, especialmente na ETEC, pois ela vinha reclamar desse amigo e tentar entender o que estava acontecendo entre eles.

Graças ao bom Deus, não deu em nada, pois ele era um traste e não queria nada com nada da vida e ela se tornou uma grande amiga. Nós dois descobrimos uma afinidade, ambos amava escrever e tinha um sonho que foi alimentado pela mesma professora: seguir a carreira de jornalismo. Era esse o plano. Lembro que um dia no coreto da praça da Matriz (onde a gente ia após o almoço e esperava lá até dar 13h30 para entrar na ETEC), ela brincava que seria apresentadora do Fantástico e eu trabalharia na redação.

Nesse mesmo coreto da praça um dia, teve um grande debate entre nós. O assunto: DEUS. Ela contava sua vida de grupo de jovens e tudo mais, então ela indagou a mim sobre o porquê eu não procurava um para participar. Eis que eu dei uma resposta que iniciou a nossa discussão, eu não estava mais tão afim a acreditar na existência de Deus.

Foi meia hora de discussão (com um amigo dela presenciando tudo), terminando com uma saída dramática dela que foi embora para a casa da avó. A verdade é que desde que havia entrado na ETEC, eu vivia momentos de questionamento de tudo, pois era uma fase “rebelde” onde eu estudava muito ciência e lia artigos atrás de artigos. Me aprofundava sobre comunismo, política, revoltas e partilhava com outros colegas rebeldes da Etec essa sede que protestar e querer mudar o mundo.

Então em setembro de 2008, fui convidado por algumas pessoas que participavam do JEANS a participar da reunião. Participei dessa reunião, participei de outra, de mais uma e assim foi até a Campanha de Dia das Crianças, onde realmente eu dei um sim definitivo. Não foi um sim para o grupo de jovens, foi para Deus. Ali me reconciliei com Ele e permaneço até hoje.
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Dez anos se passaram.

Eu estava no segundo ano do ensino médio. Fazia curso técnico de Química.
Agora eu sou Bacharel em Cinema, faço Licenciatura em História. Trabalho há sete anos na Ternura FM. Mudei de grupo de jovens duas vezes e retornei ao JEANS. Coordenei o grupo por quatro anos. Fiz o 19º Curso Masculino do Emaús de Itapetininga. Continuo minha caminhada na igreja e nesse último dia 18 de fevereiro encerrei meu ciclo no grupo.

Quando comecei a coordenar o grupo, eu imaginava que iria relembrar de cada trabalho, cada viagem, cada reunião, de todos os meus feitos. Mas eu me lembro do rosto de cada um, cada amigo que cruzou o meu caminho, que me deu conselhos ou que me aconselhou.

André, João Vítor, Giovana, Luan, Rhian, Giovane, Ana Paula, Aline, Monique, Daiane, Daniela, Breno, Ralf, Luis Paulo, Rauni, Felipe, Sabrina, Samuel, Phijo, Biazinha, Vinícius, Gabi Paiva, Gabi Lara, Poliana, Anderson, Baiano, Kauê, Fabrício, Inara, Gabi Camargo, João Guemão, Ramon, Rafael W., Rafael H., Isinha, Juninho Costa, Paula, Lucas Silva, Pretu, Nicolas, Vitória M., Talia, Pedro, Ruan, Larissa, Yuri, Marina, Laura, Maria Fernanda, Marcela, Gabriel, Jean, Jheico, Nico, Tiaguinho, Maria J., Vítor, Rafaeli, Rarissa, Fernando, Bárbara, Natália, Michelle, Osasco, Ivan Grilo, Geovana R., Lucas Aquino, Alan, Vanessa, Marcos, Fran, Maíra, Yasmin, Jow, Elen, Marcos C., Talita, Bruna, Taís, Danilo, e alguns outros, são esses que me vem a mente depois desses anos coordenando.


Eu disse uma vez e digo novamente, vocês foram a melhor equipe que um coordenador poderia ter.

Minha primeira e a última foto no Grupo JEANS (última entre aspas, pois sempre estarei por perto rodeando e ajudando o grupo)



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